Era uma vez…
Uma rainha que vivia em um grande castelo. Ela tinha uma varinha mágica
que fazia as pessoas bonitas ou feias, alegres ou tristes, vitoriosas ou
fracassadas. Como todas as rainhas, ela também tinha um espelho mágico. Um dia
querendo, avaliar sua beleza, também ela perguntou ao espelho: - Espelho,
espelho meu, existe alguém mais bonita do que eu?
O espelho olhou bem para ela e respondeu: - Minha rainha, os tempos
estão mudados. Esta não é uma resposta assim tão simples. Hoje em dia, para
responder a sua pergunta eu preciso de alguns elementos mais claros.
Atônica, a rainha não sabe o que dizer. Só lhe ocorreu perguntar: - Como
assim?
- Veja bem, respondeu o espelho – Em primeiro lugar, preciso saber por
que Vossa Majestade fez essa pergunta, ou seja, o que pretende fazer com minha
resposta. Pretende apenas levantar dados sobre o seu ibope no castelo? Pretende
examinar seu nível de beleza, comparando-o com o de outras pessoas, ou sua
avaliação visa ao desenvolvimento de sua própria beleza, sem nenhum crédito
externo? É uma avaliação considerando a norma ou critérios predeterminados? De
toda forma, é preciso, ainda, que Vossa Majestade me diga se pretende fazer uma
classificação dos resultados. E continuou o espelho:
- Além disso, eu preciso que Vossa Majestade me defina com que base devo
fazer essa avaliação. Devo considerar o peso, a altura, a cor dos olhos, o
conjunto?
Quem devo consultar para fazer essa análise? Por exemplo: se consultar
somente os moradores do castelo, vou ter uma resposta; por outro lado, se
utilizar parâmetros nacionais, poderei ter outra resposta. Entre a turma da
copa ou mesmo entre anões, a Branca de Neve ganha estourado. Mas, se perguntar
aos conselheiros, acho que minha rainha terá primeiro lugar. Depois, ainda tem
o seguinte – continuou o espelho: - Como vou fazer essa avaliação? Devo
utilizar análises continuadas? Posso utilizar alguma prova para verificar o
grau dessa beleza? Utilizo a observação?
Finalmente, concluiu o espelho: - Será que estou sendo justo? Tantos são
os pontos a considerar…
(BATISTA, S.H.S.S. e cols. (2001). “O processo de
capacitação do SARESP:
pressupostos, experiências e aprendizagens”. São
Paulo.)
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