23/02/2013

NARRAÇÃO

 

 

1.     Conceito

Narração é o relato, escrito ou oral, verbal ou não-verbal, real ou fictício, de um fato ou acontecimento com ação, personagem, cenário e tempo.

A narração está muito ligada ao nosso quotidiano, pois sempre temos algo a contar.

 

2.     Elementos

Os principais elementos do texto narrativo são:

Enredo trama ou ação é a seqüência ordenada de fatos.

Narrador é quem conta a história.O narrador pode ser:

@       onipresente – quando ele é personagem, principal ou secundária, fazendo parte da trama;

@       onisciente – quando ele conta à história como observador que sabe de tudo, e não é personagem da história.

Foco narrativo é o ponto de vista por meio do qual está sendo contado o fato. A narração pode ser feita em 1ª pessoa ou em 3ª pessoa. No primeiro caso, o narrador é onipresente e no segundo, o narrador é onisciente.

Personagem(ns)Pessoa(s) que atua(m) na narração. Pode(m) ser assim classificado(s):

@       Protagonista: personagem principal.

@       Antagonista: é o elemento que cria o clima de tensão, opondo-se ao protagonista. Dito de modo mais simples são o "mocinho" e o "bandido" ou o herói e o vilão da trama.

@       Secundário: personagem sem grande importância no decorrer da narrativa

Lugar é o ambiente, o cenário, o local, o espaço onde acontece o fato. Deve ser informado ao leitor ou ouvinte.

Tempo – A narração é marcada pelo tempo, que é necessário para o desenrolar da ação. Deve ser informado ao leitor ou ouvinte. Há tempo cronológico, quando avança no sentido do relógio e psicológico, quando é medido pela emoção da personagem.

Diálogo ou monólogo – é a fala ou pensamento do(s) personagem(ns). Devemos chamar a atenção para o modo como narrador reproduz as falas ou pensamentos das personagens, que constitui o discurso, que pode ser:

@       direto – neste caso, o narrador, após introduzir as personagens, faz as próprias personagens falaram. Pode-se perceber o que foi dito pela utilização de recursos: dois pontos, nova linha, travessão (ou aspas), ponto de interrogação (na escrita). Exemplo: Mário perguntou para a sua irmã:

-Você abe que dia é hoje?

@       indireto o narrador diz com suas próprias palavras o que os personagens disseram ou pensaram. Pode-se perceber pelo uso do verbo no pretérito imperfeito e pela oração subordinada substantiva. Exemplo: Mário perguntou para a sua irmã se ela sabia que dia era hoje.

@       indireto livre - mescla o discurso direto com o indireto, dando a impressão de que o narrador e o personagem falam em uníssono. Não há presença de verbos de travessões, dois pontos, nem de orações subordinadas substantivas. Exemplo: "Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem é do chão não se trepa." (Graciliano Ramos)

 

3.     Esquema

A narração apresenta o seguinte esquema:

@       O quê? – o fato

@       Quem? – o(s) personagem(ns)

@       Onde? – o lugar

@       Quando?- o tempo

 

4.     Estrutura

O texto narrativo apresenta uma estrutura:

Introdução é a apresentação dos elementos: personagens, lugar, tempo...

Desenvolvimento é a construção de uma situação-problema. Aqui acontece a complicação, têm início os conflitos entre os personagens e o clímax, que é o ponto máximo de uma narrativa, é o ápice que leva ao desfecho.

Desfecho é a solução da situação-problema e volta ao equilíbrio.

 

5.     Tipos

Nem sempre é possível classificar um determinado texto ou obra dentro de certa modalidade narrativa. São os seguintes os tipos de narração:

Romance é a narrativa de um fato imaginário, mas verossímil que representa aspectos da vida do homem. É estruturado em capítulos. Tem muitos personagens.

Novela é curta, mas viva, mais verossímil que imaginária. Os diálogos são rápidos, as narrações diretas, tudo favorecendo para o desfecho da história.

Conto é breve, condensado, mais curto que a novela. É uma microvisão do mundo.

Crônica é uma narrativa bem curta, periódica, episódica e comunicativa sobre o que acontece no quotidiano. As personagens são definidas, apenas, quanto ao momento de ação, pouco ou nada se diz sobre elas além do que interessa ao flagrante.

Fábula é uma narrativa inverossímil de cunho didático cujo objetivo é transmitir uma lição de moral. Os personagens são animais que pensam, sentem e agem como os homens. Assim, as raposas, os leões, os pavões e os lobos caricaturam virtudes e defeitos das pessoas, simbolizando e representando os diferentes tipos: o astuto, o poderoso, o forte, o vaidoso, o exibicionista, o ingênuo...

Apólogo é igual à fábula. Difere-os apenas os personagens, que, no apólogo, são objetos.

        Parábola é uma narrativa alegórica que encerra um preceito religioso ou moral, especialmente as encontradas nos evangelhos

Anedota é a narrativa com a finalidade de provocar o riso.

Notícia de jornal tem a finalidade de informar.

Tiras e histórias em quadrinhos utilizam ao mesmo tempo o código verbal e o não-verbal e o contexto extralingüístico é importantíssimo para a compreensão da linguagem.

 

6.     Formas de narrar

@       Prosa e verso.

 

7.     Exemplos de narrativas

 

Que susto!

 

Mardilê Friedrich Fabre

 

Na noite, ele caminha solitário pela calçada. De súbito, ouve passos. Caminha mais rápido sem voltar a cabeça para ver quem o segue. Os passos atrás dele também  se aceleram. Quem será? Põe-se a correr. Os passos soam mais fortes e seguem o mesmo ritmo dos seus...

Ninguém na rua... Quer gritar, mas não consegue. A voz não lhe sai da garganta. Um suor gélido começa a escorrer por seu corpo, e os passos seguem-no... Não pode mais... O cansaço é demais... Precisa parar. Está ofegante. Sente que vai desmaiar na calçada. O medo toma conta de sua mente e de seu corpo. Já não suporta mais. Não pode mais correr nem caminhar.

 Sente que o agarram. Chegou o seu fim. Parou paralisado e fechou os olhos. Então ouviu uma voz conhecida:

-Olá amigo! Por que foges? Eu somente queria cumprimentar-te e saber como vais. Olha-me. Não te lembras mais de mim? Conhecemo-nos há algum tempo. Por que não me esperaste?.Às vezes, vamos juntos para casa. Sou Miguel.

Ele encostou-se em uma árvore que estava próxima e desmaiou...

 

A raposa e as uvas

Esopo

 

Uma raposa morta de fome viu alguns cachos de uvas negras maduras penduradas nas grades de uma viçosa videira.

Ela, então, usou todos os seus dotes e artifícios para alcançá-los, mas acabou cansando em vão sem conseguir.

Por fim, deu meia volta e foi embora, consolando a si mesma, desapontada, dizendo:

As uvas estão estragadas, e não maduras como pensei.

 

Imortal paixão

 

Mardilê Friedrich Fabre

 

Na Idade Média, uma imortal paixão

uniu uma aluna e um professor.

Uma mulher não podia, então,

aos estudos voltar-se com fervor.

 

Um mestre, embora muito sonhador,

Precisava esconder sua afeição...

Na Idade Média, uma imortal paixão

uniu uma aluna e um professor.

 

Quis Deus que, depois da consumação

do amor, um fato enlouquecedor

separasse estes dois com perversão.

Abelardo e Heloísa e a dor

na Idade Média, uma imortal paixão.

 

8.     Referências

http://www.brasilescola.com/redacao/narracao.htm

http://www.geraisnet.com.br/paula/narracao.htm

http://www.lanavision.com/walcestari/images/docs/curso_de_redacao/narracao_teoria.doc

http://kalyl.vilabol.uol.com.br/

http://www.recantodasletras.com.br/autores/mardile

http://www.google.com.br/search?hl=pt-R&q=narra%C3%A7%C3%A3o&meta=lr%3Dlang_pt


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