VOCÊ ESTÁ
FAZENDO BOA ENTONAÇÃO NA LEITURA?
DICAS
PARA BOA LEITURA:
- Ler sem pressa,
- Manter uma coordenação
pneumo-fono-articulatória adequada,
- Respirar adequadamente,
- Articular obedecendo às
regras de acentuação,
- Não ler até que acabe o ar
inspirado,
- Não ler automaticamente ou
decodificando simplesmente a mensagem,
- Procure captar o sentido do
texto.
- Entonação controla
significado,
- Existe uma relação entre
entonação na fala e pontuação na escrita,
- A entonação não somente
controla o significado literal da sentença como também afeta o tom ou
estilo.
LEIA COM ATENÇÃO:
O CAVALINHO BRANCO
À tarde, o cavalinho branco
está muito cansado:
mas há um pedacinho do campo
onde é sempre feriado.
O cavalo sacode a crina
loura e comprida
e nas verdes ervas atira
sua branca vida.
Seu relincho estremece as raízes
e ele ensina aos ventos
a alegria de sentir livres
seus movimentos.
Trabalhou todo o dia, tanto!
desde a madrugada!
Descansa entre as flores, cavalinho branco,
de crina dourada!
CECÍLIA MEIRELLES
O TEMPO
"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já se passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
Desta forma, eu digo: Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo,
a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais."
"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já se passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
Desta forma, eu digo: Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo,
a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais."
MÁRIO QUINTANA
O ROUBO DO ELEFANTE
Você tinha que roubar logo o elefante?
-Pois é...
-Tanta coisa no circo para roubar logo o elefante?!
-Agora está feito...
-Podia ter roubado os cachorros amestrados.
-Verdade.
-Roubava um por um. Passava pelo guarda com um cachorro de cada vez, pela coleira. Quem ia adivinhar que o cachorro não era seu?
- Ninguém.
-Podia ter roubado um macaco. Saia com ele no colo.
- É, se o guarda me visse?
-Dizia que era seu irmãozinho, que tinha começado a passar mal.
-É e se o guarda dissesse. “ele está parecendo um macaco”?
- Você gritava: meu Deus, é mesmo! Preciso levar ele num hospital, rápido!
- Certo.
- Podia ter roubado a foca.
-A foca?
- Vestia ela com uma capa, enterrava um chapéu na cabeça, quem ia dizer que não era um parente seu com pé chato e bronquite?
-É...
- Podia ter roubado o leão
-Sei não...
-Era só mudar o penteado e ele passava por um cachorro grande. E o tigre?
- Passava por gato?
-Não seria fácil, mas o guarda acabaria convencido. Você está entendendo?
-Sei.
- Podia ter roubado o cavalo. Passava pelo guarda montado nele, dizendo que tinham acabado de roubar o tigre e que você estava perseguindo o ladrão. Também daria para conversar o guarda. // No Brasil, o limite do que pode e do que não pode é a capacidade de se conversar o guarda. Conversar-se, enrola-se, paga-se uma cerveja, dá-se um jeito e tudo acaba passando. Agora; o elefante não. O elefante ultrapassou o limite.
- Sim.
- Não há nada a dizer pro guarda quando se é pego roubando um elefante. E muito menos o que você disse.
- Que elefante?
- Exato. O guarda se sentiu ofendido. Você estava chamado ele de burro. Como “que elefante?” O elefante estava ali. Aliás, nunca nada está tão ali como um elefante. O elefante é está, inegavelmente, ali e sobre a qual nenhuma conversa é possível. Você não foi pego só roubando um elefante. Isso já seria grave,mas houve o pior. Você foi pego sem uma explicação.
-É...
- Por quê? Me diga: por que elefante?
- Sei lá. Tudo parecia tão fácil...
-Foi o desafio, é isso? Você queria testar sua própria ousadia e a elasticidade da tolerância brasileira? Foi pesquisa sociológica, é isso?
- Não, não..
- Foi um impulso suicida, um mecanismo autopunitivo, você queria ser descoberto e castigado, é isso?
- Não ,não..
-Então o que você queria roubando o elefante?
- Acho que queria o elefante.
- E olho no que deu..
- Mas aprendi minha lição.
-Nunca mais roubar elefantes?
-Não. Na próxima vez, arranjar uma boa explicação.
-Acho que não vai haver uma próxima vez para você.
-Vai. Ah. Vai.
LUIS FERNANDO VERÍSSIMO
Nenhum comentário:
Postar um comentário