Saber
argumentar e ser coerente é essencial para um bom texto. Mas, segundo a
professora de redação do Cursinho do XI, Vivian D’Angelo Carrera, o maior
problema das redações da maioria dos alunos ainda são os erros gramaticais.
Ela
listou os dez mais comuns para você ficar atento na hora da prova:
Erros
ligados à semelhança sonora:
1.
“Isso não tem haver” no lugar de “Isso não tem a ver”.
2.
“Ele não sabe lhe dar com
o problema” em vez de “Ele não sabe lidar com
o problema”.
3.
“As pessoas encontrão situações
complicadas” no lugar de “As pessoas encontram situações
complicadas”.
4. “A situação foi mau resolvida” e “ Ele é um mal elemento” no lugar de “A situação foi malresolvida” e “
Ele é um mau elemento”.
(“Mau” é o oposto de “bom“;
“mal” é o oposto de “bem“.
Na dúvida, troque a palavra pelo seu oposto e veja qual se encaixa melhor).
5.
“O governo não investe como deveria em educação, mais cobra muitos impostos” em vez de “O
governo não investe como deveria em educação, mas cobra
muitos impostos”.
Outros
erros do tipo: consiente (consciente), siguinificar (significar), extresse
(estresse), supérfulos (supérfluos).
Há
também os erros envolvendo junção de elementos: incomum (em comum), concerteza
(com certeza), encontra partida (em contrapartida), apartir (a partir), porisso
(por isso).
6.
Erros causados pelo mau uso das regras gramaticais:
Uso
do onde (pronome relativo de lugar) ligando
ideias que não têm a ver com lugar.
“A
amizade é algo presente na vida de todos, onde muitos
se esquecem disso”.
7.
Mau uso dos pronomes demonstrativos
“É
necessário conhecer as próprias limitações. Isto deve
ser feito aos poucos”. (O correto seria isso, por fazer referência a uma ideia anteriormente
apresentada. “Isto” deve ser usado quando se refere a uma ideia que será
apresentada em seguida).
“A
população conhece os problemas do Brasil, e a mesma também
sabe como resolvê-los. (Apesar de muita gente usar, o pronome mesmo não pode substituir um substantivo. O
correto seria “A população conhece os problemas do Brasil, e ela também sabe como resolvê-los.”).
8.
Erros de concordância com verbos que não permitem o plural ou uso de singular
quando o verbo deve ir para o plural.
“Fazem dois anos que ninguém resolve o
problema.” (Os verbos fazer e haver, quando
indicam tempo cronológico, não se pluralizam).
O
correto seria: “Faz dois anos que ninguém resolve o
problema”.
“Encontra-se saídas”
em vez de “Encontram-se saídas”.
(Neste caso, o verbo concorda com o sujeito. Na dúvida, veja se dá para usar a
voz passiva: “Saídas são encontradas”. Se for possível, o verbo deve ir para o
plural).
Obs.:
O verbo ter, para concordar com o sujeito plural, recebe acento
circunflexo.
As
pessoas têm o
direito de votar.
9.
Erros de regência
“Desigualdade
social implica em desemprego” em vez de “Desigualdade
social implica desemprego”. (Implicar é
transitivo direto no sentido de acarretar).
10.
Pleonasmo
“Aconteceu
uma manifestação há dez
dias atrás, então é
necessário criar novas saídas
para as discussões.” (Ou se usa há ou atrás. Criar e novas também
trazem a mesma ideia, então o certo seria usar apenas uma das duas).
Para
evitar esses e outros erros, a dica é ler muito (assim você assimila
naturalmente as regras gramaticais e “decora” a escrita correta das palavras) e
treinar a escrita. Falando nisso, já fez a redação com o tema da semana?
A
proposta de redação desta semana foi tirada do vestibular de inverno 2013 da
Universidade Estadual de Maringá (UEM). Leia as instruções:
TEXTO
O
texto a seguir aborda uma temática social contemporânea: medo e fobia. Tendo-o
como apoio, redija o gênero textual solicitado.
Medos
e fobias
Rosa Basto
Rosa Basto
Sentir
medo é normal. As situações desconhecidas podem levar-nos a algum tipo de
ansiedade que provoca algum tipo de medo. Ter medo pode ser definido como uma
sensação de perigo, de que algo mau possa estar para acontecer, em geral
acompanhado de sintomas físicos que incomodam bastante. Esse tipo de medo
ajuda-nos a precavermos as situações para não sermos afetados e, dessa forma,
preparamo-nos. Chama-se a isso ansiedade funcional. Quando esse medo é
desproporcional à ameaça, por definição irracional, com fortíssimos sinais de
perigo, e também seguido de tentativas de se evitarem as situações causadoras
de medo, é chamado de fobia (…).
De
forma breve, as fobias referem-se ao medo excessivo de um objeto, de uma
circunstância ou de uma situação específica, fazendo parte do quadro de
perturbações de ansiedade. Existem três grandes tipos de fobias: fobia
específica, fobia social e agorafobia. A fobia específica é o medo intenso e
persistente de um objeto ou de uma situação (medo de cães, medo de andar de
elevador, medo de avião, medo de dirigir, medo de cobras, medo de aranhas
etc.), enquanto a fobia social é o medo intenso e persistente de situações em
que possam ocorrer embaraço e humilhação (medo de falar em público, medo de ser
observado e avaliado, medo de se expor etc.). Já as pessoas com agorafobia
evitam situações em que seria difícil obter ajuda, preferindo a companhia de um
amigo ou de um familiar, em espaços fechados, ruas movimentadas ou locais que
as façam se sentir encurraladas (shoppings, túneis,
pontes, rodovias etc.) (…).
Nas
fobias, as causas são bastante variadas. Como em todas as perturbações mentais,
há heterogeneidade de causas. A patogenia das fobias, quando compreendida,
pode-se mostrar como um modelo de interações entre fatores genéticos, por um
lado, e fatores ambientais, por outro. Com relação aos fatores genéticos,
segundo Otto Fenichel, as fobias específicas tendem a ocorrer em famílias.
Estudos relatam que de dois terços a três quartos das pessoas afetadas têm,
pelo menos, um parente de primeiro grau com fobia específica do mesmo tipo.
Também os parentes de primeiro grau dos indivíduos com fobia social têm cerca
de três vezes mais probabilidades de serem afetados do que parentes de
indivíduos sem perturbação. Quanto aos fatores ambientais, são geralmente
associados a estados de ansiedade generalizada devido às grandes pressões de
caráter social. A competitividade nos dias de hoje leva ao tão famoso stress. Esse, por
sua vez, desencadeia todo um processo de aceleração da produção de cortisol no
organismo, que provoca aumento da ansiedade, generalizando-a. Pessoas que vivem
em ambiente de risco também estão mais expostas às perturbações de humor e de
ansiedade, podendo desenvolver mais facilmente acesso às fobias.
(Texto
adaptado de http://rosabasto.com/pdf/revista_top_winner_Outubro_medos_e_fobias.pdf>.
Acesso em 18/3/2013.)
Redija
um RESUMO,
em até 15 linhas, apresentando as informações principais do texto Medos e fobias, de
Rosa Basto. Lembre-se de que, em um resumo, são expostas as ideias principais
do texto. Você não pode copiá-las literalmente nem deve expressar sua opinião
e/ou comentário sobre elas.
Você
pode enviar seu texto até quarta-feira, dia 9 de outubro, para o e-mail:
redacaoguia@gmail.com. Coloque seu nome completo, idade e cidade. Ele poderá
ser avaliado e publicado aqui no blog.
Importante:
apenas uma redação será corrigida, mas não fique chateado. Lembre-se de que a
melhor forma de se preparar para a prova de redação é treinando, certo?
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