12/02/2024

A lição do cacto


Eu tenho um cacto chamado Berenice Augusta II que cuido com muito amor. Berenice não me dá muito trabalho. É uma planta forte e bela. Olhando para ela num dia de sol comecei a refletir sobre o quanto um cacto pode nos ensinar sobre resiliência.

Os cactos são plantas que conseguem sobreviver a condições extremas de calor, falta de água e intempéries. Algumas espécies que habitam nosso sertão nordestino são capazes de passar mais de 6 meses sem receber a água da chuva. Eles também se adaptam a regiões áridas e desérticas.

Essa é a imagem que temos do cacto: De uma planta forte e robusta.

Mas… Você sabia que eles são frágeis no interior?

Berenice Augusta II é a sucessora de um cacto que caiu da janela num dia chuvoso. Eu tentei de tudo para que meu pequeno cactozinho sobrevivesse depois do fatídico dia.

Mas ele secou e morreu.

Às vezes acreditamos que precisamos ser fortes e inspirar bravura 24h por dia e renegamos tudo aquilo que nos magoa para um cantinho esquecido da nossa mente.

Ser resiliente não significa ter que suportar tudo sozinho. Não significa renunciar os sentimentos ruins para de baixo do tapete e ser forte. Não significa estar remando num barco sozinho no meio de uma tempestade e não poder pedir ajuda.

Resiliência tem muito mais haver com superar e se adaptar do que com ser forte. É encontrar meios de lidar com as situações adversas da vida e aprender com elas.

Ser resiliente é ser como um cacto: Uma planta que mesmo frágil aprendeu a se adaptar e a viver nas intempéries da vida de um modo leve e duradouro.

Sabe o que é mais interessante nos cactos? Eles demoram para florescer, mas quando florescem dão flores tão únicas e belas que nos fazem esquecer de toda adversidade que ele já suportou.


Portanto, se precisar pedir ajuda, peça. Se se sentir sozinho, procure a companhia de quem você gosta. Se precisar chorar, chore. Se sentir que tudo está perdido, lembre-se da lição do cacto e procure ajuda.

Algumas flores demoram mais tempo para florescer, mas nem por isso são menos belas do que as outras. Cada um tem seu tempo e seu ciclo.

Ninguém precisa ser forte sempre. Ninguém precisa passar pela vida sozinho.

Vamos aprender juntos a beleza da vida e a ver as tempestades por uma outra perspectiva. Vamos ser resilientes como os cactos e florescer no tempo certo.

Nesse mês  e em todos os outros meses, vamos olhar para as pessoas ao nosso redor com um olhar mais doce e consciente de suas lutas diárias. Vamos remar junto com elas durante suas tempestades e ver um lindo arco-íris atravessar o céu.


 

A família inglesa e o pastor protestante




"Ruídos na comunicação" 


“Em certa ocasião, uma família britânica foi passar férias na Alemanha. No decorrer de um passeio, os membros dessa família repararam numa pequena casa de campo, que lhes pareceu boa para passarem as férias de verão. Conversaram com o proprietário, um pastor protestante, e pediram que lhes mostrasse a casa. A residência agradou muito aos visitantes ingleses, que combinaram ficar com ela para o próximo verão.


Regressados à Inglaterra, discutiram muito sobre a planta da casa quando, de repente, a senhora lembrou-se de não ter visto o W.C. . Confirmando o senso prático dos ingleses, escreveram ao pastor para obter tal pormenor. A carta foi assim redigida:

“Gentil Pastor: Sou membro da família que há pouco tempo o visitou, com o fim de alugar a sua propriedade no próximo verão mas, como esquecemos de um detalhe muito importante, agradeceria se nos informasse onde se encontra o W.C.”.

O pastor alemão, não compreendendo o sentido da abreviatura W.C., e julgando tratar-se da capela da seita inglesa “White Chapel”, assim respondeu:

“Gentil Senhora: Recebi sua carta e tenho o prazer de comunicar-lhe que o local a que se refere fica a doze quilômetros da casa. Isto é muito cômodo, sobretudo se se tem o hábito de ir lá frequentemente. Nesse caso, é preferível levar comida para ficar lá o dia todo. Alguns vão a pé, outros de bicicleta. Há lugar para quatrocentas pessoas sentadas e cem em pé. O ar é condicionado, para evitar inconvenientes comuns nas aglomerações. Os assentos são de veludo (recomenda-se chegar cedo para arrumar lugar sentado). As crianças permanecem ao lado dos adultos; todos cantam em coro. À entrada é fornecida uma folha de papel a cada pessoa, mas se alguém chegar depois da distribuição, pode usar a folha do vizinho ao lado. Tal folha deve ser restituída à saída, para ser usada durante todo o mês. Tudo que se recolhe é para as crianças pobres da região. Fotógrafos especiais tiram flagrantes para os jornais da cidade, de modo que todos possam ver seus semelhantes, no cumprimento de um dever tão humano.”