02/06/2016

AMPLEXO



Mãe, me dá um amplexo?
A pergunta pega Cinira desprevenida. Antes que possa retrucar, ela nota o dicionário na
mão do filho, que completa o pedido:

- E um ósculo também.
Ainda surpresa, a mulher procura no livro a definição das duas estranhas palavras. E encontra. Mateus quer apenas um abraço e um beijo.

Conversa vai, conversa vem, Cinira finalmente se dá conta de que o garoto, recém-apresentado às classes gramaticais nas aulas de Português, brinca com os sinônimos. "O que vai ser de mim quando esse tiquinho de gente cismar com parônimos, homônimos, heterônimos e pseudônimos?", pensa ela, misturando as estações. "Valha-me, Santo Antônimo!" E emenda:

- Pára com essa bobagem, menino!

- Ah, mãe, o que é que tem? Você nunca chamou cachorro de cão? E casa de residência? E carro de automóvel?

- É verdade, mas...

Mas a verdade é que Cinira não tem uma boa resposta.

- E meu nome é Mateus - continua o rapaz. - Só que você me chama de Matusquela.

- Ei, isso não vale. Matusquela é apelido carinhoso.

- Sei, sei. Tudo bem se eu usar nosocômio e cogitabundo em vez de hospital e pensativo?
E criptobrânquio no lugar de mutabílio?

- Mutabílio? O que é que é isso?

- O mesmo que derotremado, ora. Tá aqui no Aurélio.

Está mesmo. É um bichinho. Mas pouco importa. A mãe questiona a opção do menino por vocábulos incomuns. Mateus sai-se com esta:

- A professora disse que aprender palavras é como ganhar roupas e guardar numa gaveta. Quando a gente precisa delas, tira de lá e usa. Cada uma serve para uma ocasião, por mais esquisita que pareça. Igual à querê-querê roxa que você me deu no último aniversário. Lembra?

Como esquecer? Cinira nem se dá ao trabalho de consultar o dicionário. Sabe que a explicação para essa última provocação está no verbete camiseta.


Amplexo aos internautas

Esposa surda - Só para refletir


Um homem telefona ao médico para marcar uma consulta para a sua mulher.
A atendente pergunta:
- Qual o problema de sua esposa ?
- Surdez ! Não ouve quase nada.
- Então, o senhor vai fazer o seguinte: antes de trazê-la fará um teste,
para facilitar o diagnóstico do médico. Sem que ela esteja olhando, o
senhor, a uma certa distância, falará em tom normal, até que perceba a que
distância ela consegue ouví-lo. Então, quando vier, dirá ao médico a que
distância o senhor estava quando ela o ouviu.. Certo ?
- Está certo.
À noite, enquanto a mulher preparava o jantar, o senhor decidiu fazer o
teste. Mediu a distância que estava em relação à mulher. E pensou:
Estou a 10 metros de distância. Vai ser agora !
- Júlia, o que temos para o jantar ?
Nada. Silêncio. Aproxima-se a 5 metros
- Júlia, o que temos para jantar ? Nada. Silêncio.
Fica a 3 metros de distância:
- Júlia, o que temos para o jantar ?
Silêncio. Por fim, encosta-se às costas da mulher e volta a perguntar:
- Júlia! O que temos para o jantar ?
- Frango !

- Puta que pariu.
É a quarta vez que eu respondo !

NORMALMENTE, NA VIDA, PENSAMOS QUE AS DEFICIÊNCIAS SÃO DOS OUTROS E NÃO
NOSSAS.

APENAS PARA REFLITIR…