29/01/2014

LENDA DE IAZUL


Esquece, meu bom e dedicado amigo, esquece, por um momento, as tristezas e aflitivas preocupações; livra-te dessa angústia torturante instilada em tua alma pelas incertezas da vida; senta-te, aqui a meu lado, e escuta, com religiosa atenção, a famosa lenda que os poetas árabes intitularam: Iazul! Sim é isso mesmo: Iazul!

Em nome de Allah, Clemente e Misericordioso! Viveu, outrora, na Pérsia, meio século depois de Timur Lenk, um Príncipe, generoso e bravo, que se chamava Shack Bock. Afirmaram historiadores altamente balizados que esse glorioso Emir tinha em sua importante corte um sábio, mestre e conselheiro, cuja nobre função era orientar o monarca em suas decisões, esclarecê-lo em suas dúvidas e corrigi-lo em seus erros e injustiças. Esse ulemá, judicioso e previdente, chamava-se Ismail Hassan, e era, pelos nobres muçulmanos apelidado o Saryh (aquele que é sincero).

Um dia muito cedo, logo depois da prece da madrugada - prece do ritual que os árabes denominam sobh - o Princípe mandou que viesse à sua presença o conselheiro da corte. Fazia todo o empenho em ser urgentemente elucidado sobre um caso que se apresentava enrodilhado pelo mistério.

Sem perda de tempo, o ilustre Ismail, o Saryh, deixou os seus aposentos, e foi ter ao luxuoso divan (sala de audiências) do soberano persa.

O que teria acontecido? Que caso, assim, tão grave intrigava o Rei? O monarca parecia pálido. Em sua fisionomia morena surgiam, tracejando linhas incertas, as setes rugas da intranquilidade. Depois das saudações habituais, sem mais preâmbulo, disse o Emir ao judicioso Ismail:

- Acabo de receber, do Khorassan, este pequeno cofre, encontrado pelos meus agentes secretos, entre os despojos do infeliz e estouvado Khalil, senhor de Candahar. Dentro desse cofre vinha apenas esse singularíssimo anel de ouro. Desconfio de que se trata de jóia raríssima, que pertenceu ao grande Timur Lenk. Como poderei descobrir o enigma que envolve esse anel?
E o Princípe, estendendo a mão, entregou ao douto Ismail o misterioso anel de Candahar.

Ismail, o sábio (Allah, porém é mais sábio!) examinou detidamente a jóia, virando-a e revirando-a na palma da sua mão. E depois de refletir, em silêncio, durante algum tempo, assim falou ao Princípe, seu amo e senhor:

- Julgo-me capaz de esclarecer esse mistério. Afirmo que uma das peças mais valiosas do tesouro persa acaba de chegar às vossas mãos. Este anel é o precioso e tão ambicionado anel mágico, que pertenceu ao invencível Timur Lenk, o Perseverante (que Allah o tenha entre os eleitos!). Como podeis ver, este anel no rico escudo em forma de tâmara, ostenta em letras bem talhadas a palavra tão bela e sonora: - Iazul.

- Sim, sim - confirmou o Príncipe, muito sério - já o havia notado. No escudo, entre dois brilhantes pequeninos, lê-se a palavra: Iazul. O mistério, a meu ver, permanece. O que significa, afinal, Iazul?

O sábio Saryh ergueu o rosto e, discorrendo em tom pausado e claro, explicou:

- Cumpre-me dizer-vos, ó Rei do Tempo!, que Iazul é uma palavra mágica, de alto poder. Asseguro que é a palavra mais expressiva e eloquente entre todas as que figuram no riquíssimo vocabulário persa. É mágica, repito. Reparai bem: Tem o dom de nos tornar alegres, quando estamos tristes, e de moderar as nossas alegrias, nos momentos de extrema felicidade e ventura.

- Singular, muito singular - refletiu o Rei. É, realmente, de alta magia, essa palavra que transforma as alegrias em preocupações, e que consegue aniquilar, ou pelo menos conter, as mágoas e tristezas que pesam em nosso coração!

E, fitando gravemente o sábio, acrescentou:

- Mas insisto em perguntar: O que significa essa palavra Iazul? Como podemos traduzi-la?

Respondeu o eloquente e esclarecido ulemá:

- Iazul, ó Rei!, dentro da sua espantosa simplicidade, significa, apenas Isso passa! Quando o homem atravessa períodos de felicidade, de alegria cor-de-rosa, de sorte e tranquilidade, deve pensar no futuro e ser comedido em suas expansões, sóbrio em suas atividades.

Convém que o afortunado não esqueça: Iazul! (Isso passa!), a roda do destino é incerta; a vida é cheia de mudanças. Há ocasiões, porém, em que nos sentimos anavalhados pelos sofrimentos, pelas enfermidades, feridos pelas desgraças, caminhando sob a nuvem da má sorte, da ruína e atingidos pelos golpes imprevistos do infortúnio. Para que o ânimo volte ao nosso espírito, proferimos, cheios de fé, fortalecidos de esperanças: Iazul! (Isso passa!). Sim, tudo passa! Virão dias melhores, dias calmos e felizes; a prosperidade e a boa sorte voltarão a iluminar a nossa jornada; a saúde será reconquistada; a serenidade procurará pouso em nosso atribulado coração! E, assim, ó Rei!, posso afirmar que Iazul, a palavra contida no pequeno escudo deste anel, é mágica! Alivia e abranda as tristezas dos infelizes; controla e arrefece as alegrias alucinadas dos exaltados!

Ao ouvir as eloqüentes e judiciosas explicações do velho ulemá, o Rei tomou do anel, colocou-o no dedo indicador da mão esquerda e disse, serenamente:

- Que notável, interessante e proveitosa lição recebi hoje! Conservarei comigo este precioso anel. Jamais esquecerei em todos os momentos culminantes de minha vida, no meio de estonteantes triunfos, ou sob o guante da desgraça, de recorrer ao eterno ensinamento contido nesta palavra mágica: Iazul!

Quero, ó irmão dos árabes!, terminar esta lenda, exatamente como a iniciei:

Esquece, meu bom e dedicado amigo, esquece, por um momento, as tristezas e aflitivas preocupações; livra-te dessa angústia torturante instilada em tua alma pelas incertezas da vida; senta-te, aqui a meu lado, e escuta, com religiosa atenção, a palavra mágica Iazul!

E vale a pena repetir: Iazul! Iazul! Isso passa! Isso passa!

Realmente meus amigos IAZUL é uma palavra que devemos trazer no coração sempre . IAZUL! IAZUL! Isso Passa!

28/01/2014

Quando usar r e rr; s e ss; m e n

 Quando usar r e rr: 

rrr
Equivale a /R/
• no início de palavras: roda, rico,
• depois de consoante: honra, bilro
Equivale a /r/
• entre vogais: ferida, moral
Equivale a /R/
• entre vogais: ferro, morrer 



→ Quando usar s e ss:

sss
Equivale a /s/
• no início de palavras: sapo, solidão
• depois de consoante: pensar, bolsa
Equivale a /z/
• entre vogais: casa, pesado
• na palavra obséquio e no prefixo trans: transatlântico, trânsito, transe
Equivale a /s/
• só é usado entre vogais: pêssego, missa 

→ Regras especiais com relação ao uso de rr e ss:

Nas formações de palavras em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com r ou s, dobra-se a consoante. Exemplos: contrarregra, microssistema etc.

→ Quando usar m e n:

mn
• Antes de p e b: 
campo, rombo
• Antes de qualquer outra consoante: 
dente, pinga

24/01/2014

Confira as 15 fotos de São Paulo desde 1862

São Paulo 1930 - Túnel do tempo

Um passeio pela cidade de São Paulo em 1930

São Paulo 1910 - Túnel do tempo

Faça um passeio cultural pela cidade de São Paulo no século XX (1910)

O que você sabe sobre a cidade de São Paulo

22/01/2014

VOCÊ PENSA.......................VOCÊ ESCREVE:

Por vezes escrever um relatório é um problema, pois devemos ter cuidado com as palavras. Seguem algumas dicas.

VOCÊ PENSA.......................VOCÊ ESCREVE: 

O aluno não sabe .............O aluno não adquiriu os conceitos, está em fase de aprendizado.
Não tem limites .............Apresenta dificuldades de auto-regulação, pois...
É nervoso .................Ainda não desenvolveu habilidades para o convívio no ambiente escolar, pois...
Tem o costume de roubar.......... Apresenta dificuldades de autocontrole quando...
É agressivo.................. Demonstra agressividade em situações de conflito; usa de meios físicos para alcançar o que deseja.
É bagunceiro, relaxado, porco .................Ainda não desenvolveu hábitos próprios de higiene e de cuidados com seus pertences.
Não sabe nada............... Aprendeu algumas noções , mais necessita desenvolver...
É largado da família................... Aparenta ser desassistido pela família, pois...
É desobediente................. Costuma não aceitar e compreender as solicitações dos adultos;Tem dificuldades em cumprir regras...
É apático, distraído......... Ainda não demonstra interesse em participar das atividades propostas; Muitas vezes parece se desligar da realidade, envolvido em seus pensamentos
É mentiroso............. Costuma utilizar inverdades para justificar seus atos ou relatar as atitudes dos colegas.
É fofoqueiro ...............Costuma se preocupar com os hábitos e atitudes dos colegas.
É chiclete........................... É muito afetuoso; demonstra constantemente seu carinho...
É sonso e dissimulado.................... Em situações de conflito coloca-se como espectador, mesmo quando está clara a sua participação.
É preguiçoso................... Não realiza as tarefas, aparentando desânimo e cansaço, porém logo parte para brincadeiras e outras atividades.
É mimado...................... Aparenta desejar atenções diferenciadas para si, solicitando que sejam feitas todas as sua vontades.
É deprimido, isolado, anti-social ....................Evita o contato e o diálogo com colegas e professores preferindo permanecer sozinho; Ainda não desenvolveu hábitos e atitudes próprias do convívio social.
É tagarela..................... Costuma falar mais do que o necessário, não respeitando os momentos em que o grupo necessita de silêncio.
Tem a boca suja.................................... Utiliza-se de palavras pouco cordiais par repelir ou afrontar
Possui distúrbio de comportamento........... Apresenta comportamento fora do comum para sua idade e para o convívio em grupo, tais como...
É egoísta ...........................Ainda não sabe dividir o espaço e os materiais de forma coletiva.

 

04/01/2014

Dois velhinhos-Dalton Trevisan

Internauta
Após a leitura das postagens neste blog, por favor faça seus comentários abaixo, ficarei muito grato!



Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo.

Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um podia olhar lá fora.

Junto à porta, no fundo da cama, o outro espiava a parede úmida, o crucifixo negro, as moscas no fio de luz. Com inveja, perguntava o que acontecia. Deslumbrado, anunciava o primeiro:

— Um cachorro ergue a perninha no poste.

Mais tarde:

— Uma menina de vestido branco pulando corda.

Ou ainda:

— Agora é um enterro de luxo.

Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. O mais velho acabou morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela.

Não dormiu, antegozando a manhã. Bem desconfiava que o outro não revelava tudo.

Cochilou um instante — era dia. Sentou-se na cama, com dores espichou o pescoço: entre os muros em ruína, ali no beco, um monte de lixo.

Texto extraído do livro "Mistérios de Curitiba", Editora Record — Rio de Janeiro, 1979, pág. 110.

Tudo sobre o autor em nossa página "Biografias".

No conto, a perspectiva do narrador que apresenta sua opinião sobre os fatos da narrativa e se posiciona diante do acorrido justifica-se pelo o uso de:
(a) 3ª pessoa, com narrador onisciente.
(b) 1ª pessoa, com narrador personagem.
(c) 3ª pessoa, com narrador observador.
(d)1ª pessoa, com narrador testemunha.



03/01/2014

O Testamento - Atividades para aula



Um homem rico, sem filhos, sentindo-se morrer, pediu papel e caneta e escreveu assim:

"Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do mecânico nada aos pobres".

Não teve tempo de pontuar – morreu.
Eram quatro concorrentes. Chegou o sobrinho e fez estas pontuações numa cópia do bilhete:

"Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do mecânico. Nada aos pobres."

A irmã do morto chegou em seguida com outra cópia do testamento e pontuou assim:

"Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do mecânico. Nada aos pobres."

Apareceu o mecânico, pediu uma cópia do original e fez estas pontuações:

"Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do mecânico. Nada aos pobres."

Um juiz estudava o caso, quando chegaram os pobres da cidade. Um deles, mais sabido, tomou outra cópia do testamento e pontuou deste modo:

"Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do mecânico? Nada! Aos pobres."

(Adaptado de Amaro Ventura e Roberto Augusto Soares Leite. Extraído do livro Gramática, texto, reflexão e uso. Cereja e Magalhães)

1. A palavra "concorrentes" está substituindo, no texto, alguns personagens. Assinale a alternativa que apresenta um dos concorrentes.

(A) um homem rico.
(B) o filho do falecido.
(C) o juiz do caso.
(D) o sobrinho do morto.


2. Assinale a alternativa que seria uma fala de um personagem.

(A) "...chegou em seguida..."
(B) "... pediu papel e caneta e escreveu assim:"
(C) "Não teve tempo de pontuar - morreu."
(D) "Um juiz estudava o caso."


3. A situação que provoca a história é

(A) um testamento que permite diferentes interpretações.
(B) a briga que a morte de um homem rico provocou entre os herdeiros.
(C) o desconhecimento da causa da morte de um homem rico.
(D) a dívida para com o mecânico e a generosidade para com os pobres.




4. O texto é engraçado porque
(A) o testamento inclui o mecânico do homem.
(B) a irmã do homem tenta levar mais vantagem que seu filho.
(C) um mesmo texto permite várias interpretações.
(D) o homem não sabia para quem deixar seus bens.


5. Assinale a alternativa que favorece o sobrinho do homem rico.

(A) "Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do mecânico nada aos pobres".
(B) "Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do mecânico. Nada aos pobres."
(C) "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais será paga a conta do mecânico nada aos pobres."
(D) "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do mecânico. Nada aos pobres."

6. "Apareceu o mecânico pediu uma cópia do original e fez estas pontuações:"

A palavra original pode ser substituída, mantendo o mesmo significado do texto, por
(A) jornal.
(B) documento.
(C) livro.
(D) modelo.

02/01/2014

O TESTAMENTO Atividades de língua portuguesa

 A PONTUAÇÃO FAZ A DIFERENÇA
 
Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta. Escreveu assim:

'Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres".

Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes.

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:
Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres. 


Moral da história:
'A vida pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Nós é que fazemos sua pontuação.
E isso faz toda a diferença...