Conta-se que um rei tinha um amigo de seu total confiança. Somente uma coisa o aborrecia no seu amigo: sempre que acontecia qualquer situação diferente no palácio, quer boa um ruim, ele exclamava: "DEUS SABE O QUE FAZ".
Certa vez, o rei cismou de serrar um pedaço de madeira e rejeitou a ajuda do amigo. Quando começou a fazer a obra, a serra atingiu-lhe quatro dedos da mão, cortando-os. Na mesma hora, tremendo de dor, o rei ouviu: "DEUS SABE O QUE FAZ". – Como?
– Soldados, prendam este homem não quero vê-lo nunca mais.
O tempo passou. O rei nem se lembrava mais do ex-amigo preso. Resolveu fazer uma longa viagem e convocou seus reais colegas de caça, seguindo imediatamente com a caravana.
Tudo parecia maravilhoso na viagem, até que um dia, caíram numa armadilha fatal de índios canibais. Seriam sacrificados num ritual, naquela mesma noite.
Que situação terrível. O chefe da tribo ordenou que tirassem as roupas para o exame. Quando chegou a vez do rei, o índio olhou para a sua mão sem dedos e disse-lhe para ir embora: – não oferecemos culto aos nossos deuses com pessoas aleijadas.
O rei saiu correndo e chorando. Estava livre. No caminho de volta ao palácio, solitário, muito triste com a perda de seus amigos de caça, lembrou-se daquele amigo preso e falou: "DEUS SABE O QUE FAZ".
– Se eu não tivesse perdido os dedos. Hoje seria um homem morto. Chegou ao palácio e fez questão de ir pessoalmente libertar o amigo para contar-lhe a dura experiência.
– Majestade, "DEUS SABE O QUE FAZ". Se eu não estivesse aqui, preso, teria ido junto com a caravana e agora e agora também seria um homem morto.
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