13/12/2012

Vícios de linguagens-Os cacófatos


CACÓFATOS

O cacófato é um vício de linguagem, que se intromete no linguajar rotineiro, formando frases esdrúxulos, hilárias e até pornográficas. É preciso muito cuidado no falar e no escrever para evitar a cacofonia. Muitas frases cacofônicas passam despercebidas tanto na escrita como no falar, porque geralmente não damos muita atenção para o fato.

Mas, para o bom observador é fácil pescar o cacófato. Segundo o gramático e filólogo Napoleão Mendes de Almeida "Só haverá cacofonia quando a palavra produzida for torpe, obscena ou ridícula". Que termina formando som feio, desagradável, impróprio ou com sentido equívoco, produzido pela união dos sons de duas ou mais palavras vizinhas. Junção de palavra ou expressão obscena, ridícula ou fora de contexto, formada pela sílaba final de uma palavra e pela inicial da seguinte.

Vejamos alguns exemplos:
- "Alma minha gentil, que te partiste" (Luis Vaz de Camões)
- Minha cara Elisa, saudações.
- Ontem eu vi Adão na esquina da catedral.
- Querida, meus pensamentos por ti são, meu coração por ti gela.
- No jogo Pelé pediu a bola e Cafú deu.
- Estarei te esperando hoje no Querubim Bar.
- Tomara que ele já queira assinar o contrato.
- Quanto à doença é bom não pensar nunca nisso.
- Esta é minha opinião de como concebo os fatos do dia a dia.
- Ganhe no jogo de bicho apostando na dupla vaca - galo.
- O vendedor ambulante gritava ovo e uva boa.
- Olha só a pose daquele guri la!
- Já que tinha te falado, desisto do negócio.
- O que é um milagre? É uma questão de fé de mais.
- Se dispensaste tua namorada já nela não penses mais.
- A cerca dela todos falam mau.
- Soube da boca dela que tinha acabado o namoro.
- Tomei tanta cerveja que deu-me já vontade de visitar um banheiro.
- Já que tão falando de política, esquece isso.
- Toda essa empolgação é uma questão de fé demais.
- O frio que sente-se aqui é uma delícia.
- Zezé brigou com Zazá e ele pá nela, deu-lhe um baita beijo.
- Lá vem a minha prima Vera...
- Pois não é que Zé beijou na boca cadela...
- Ela se disputa por ele.
- Vou-me já que tô com pressa.
- Maria? Eu vi ela ontem.
- Mãe onde está meu sucozinho? Perguntou a filha...
- Que sopa gostosa, quero um pouco dela.
- Já preparou seu sucozinho?
- Uma mão lava a outra.
- Aquele fiscal confisca gado aqui na redondeza.
- João toca gado no campo.
- Eu não queria amá-la, por ser feia demais...
- Tem culpa ele, porventura?
- Aqui não tem pão, mas lá tinha.
- Já que tinha te falado nisto, vim confirmar,
- O irmão esperto pôs a culpa nela.
- Meu nome é Rodolfo Dias.

O cacófato é um vício de linguagem nem sempre perceptível de pronto. Cuidado!

Autor: Rivaldo Cavalcante



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