De fins do século XIX a 1970 Esboçaremos um panorama histórico do ensino de Língua Portuguesa no Brasil nesse período. O panorama esboçado busca dar uma ideia de quais e como eram as práticas de ensino de línguas (latina, portuguesa) e de quais seus conteúdos privilegiados. Veremos que as pessoas falavam a língua geral até bem tarde nos séculos XVII e XVIII e eram alfabetizadas em português europeu. Depois, aprendiam Gramática latina que era, depois, comparada à Gramática do português europeu. A Gramática era, pois, a disciplina mais relevante do ensino de línguas. Mais tarde na escolaridade, entravam a Retórica e a Poética, com sellectas de textos clássicos (latinos e portugueses) que serviriam de modelo a ser imitado nos bons padrões de fala e escrita, seja na redação ou na recitação ou fala pública. |
Não havia, ainda, a disciplina de Português. Esta somente iria surgir, por decreto, em 1871, incorporando a Gramática e eliminando as disciplinas de Poética e Retórica, cujas práticas, entretanto, continuam incorporadas à sala de aula. Mais tardiamente, a Poética daria lugar à Literatura (portuguesa e brasileira).
Veremos também que o currículo no Brasil surgiu "de cima para baixo", partindo dos Exames Preparatórios para ingresso nos cursos superiores, que ditavam os programas de certos Colégios e Liceus, cujos conteúdos tornaram-se obrigatórios no ensino secundário, por muitos anos, até meados do século XX. A educação básica (primária) não recebia quase atenção.
Finalmente, veremos que essas práticas e currículos cristalizam-se nas escolas brasileiras até os anos 70 do século XX e que, embora a partir dos anos 50 o Brasil e o mundo tenham visto muitas mudanças importantes, o mesmo não ocorreu nas escolas e currículos, que continuaram com suas práticas arraigadas até o período da ditadura militar em que se implementam mudanças de caráter tecnicista.
Com a mudança da Corte Portuguesa para o Brasil, por razões políticas, o séc. XIX foi palco de muitas mudanças na sociedade brasileira, em especial nas grandes províncias (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais). O que não acontecera em três séculos, agora se acelerava: a modernização do campo, o crescimento das cidades e sua industrialização; a proclamação da independência da colônia; a implantação da República e o fim da Monarquia; a promulgação da primeira Constituição de 1824 e sua revisão republicana em 1891; o fim do trabalho escravo e sua paulatina substituição pelo trabalho assalariado.
Com a mudança da Corte Portuguesa para o Brasil, por razões políticas, o séc. XIX foi palco de muitas mudanças na sociedade brasileira, em especial nas grandes províncias (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais). O que não acontecera em três séculos, agora se acelerava: a modernização do campo, o crescimento das cidades e sua industrialização; a proclamação da independência da colônia; a implantação da República e o fim da Monarquia; a promulgação da primeira Constituição de 1824 e sua revisão republicana em 1891; o fim do trabalho escravo e sua paulatina substituição pelo trabalho assalariado.
Tanto a burguesia como os novos trabalhadores afluíam às cidades das grandes províncias, buscando vida mais confortável e educação. Para relembrar este período de nossa História de maneira brasileiríssima e bem humorada, veja esse episódio da série de HQ animada Dom João no Brasil, produzida pelo Canal Futura e baseada no livro de história em quadrinhos Dom João Carioca - a Corte no Brasil, escrito pela historiadora Lilia Schwarcz e pelo desenhista Spacca. Série
http://www.youtube.com/watch?v=7EPsg2VeJdw (continua em outra postagem)
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